Aqui estão reunidos testemunhos de sobreviventes e familiares de crianças que enfrentaram o cancro pediátrico. Estes testemunhos oferecem um olhar direto sobre os desafios, as dificuldades e as conquistas vividas durante o processo da doença.
A maioria dos testemunhos apresentados foram disponibilizados pela Acreditar.
Testemunhos d'Oiro
Nós também já
tivemos cancro
Os testemunhos de quem viveu
um cancro na infância.
Somos pais de crianças com
cancro
“O seu filho tem cancro” são palavras que
nenhuma mãe ou pai pensa
algum dia ter de ouvir.
Acreditar
A Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro é uma organização fundada em 1994 que oferece apoio a crianças, jovens e famílias durante todas as fases do cancro pediátrico – diagnóstico, tratamento e pós-tratamento. Com uma rede nacional, a Acreditar está presente em Lisboa, Coimbra, Porto e Madeira, atuando em parceria com os principais centros de oncologia pediátrica. O trabalho da associação é marcado pela empatia e autenticidade de quem já viveu essa experiência, proporcionando suporte emocional, social e prático em momentos de grande incerteza.
“Eu tinha 4 anos, uma idade de ingenuidade e de beleza da vida e a doença quis aparecer, sem pedir autorização. Na altura, digo eu agora quase a completar 17 anos, não prestava a devida atenção à doença, mas até penso que fazia bem, porque, afinal, não queria manter uma relação muito longa com ela. Compreendo que a situação tenha sido muito mais preocupante para a minha família, principalmente, para os meus pais e irmãos. No entanto, eu lembro-me daquela estranha sensação de alguma coisa não estar bem e ainda tenho a imagem da minha mãe sentada num sofá a chorar (…).
Acho também interessante o facto de eu não me lembrar de pensar muito em como podia ser a minha vida sem a doença, poder passar sem ela, sem ter que estar num hospital, e nem mesmo agora vejo a minha vida sem a ter comigo…”
Ana Sofia
“Sou psicóloga, patient advocate e sobrevivente de cancro. Sou apaixonada pela vida e acredito que é relevante dar o meu testemunho para que consigamos reduzir o estigma (ainda) existente em relação ao cancro, bem como, melhorar aspectos relacionados com o bem-estar do doente e dos seus familiares.
Enquanto paciente de cancro senti que apenas uma ‘pequena parte’ da minha história teve a ver com os tratamentos. A maior parte do meu percurso esteve relacionada com sentimentos, pensamentos, fé/crença, flexibilidade e redescoberta da minha identidade. Da minha experiência, desenhei um propósito e acredito que, através da minha prática profissional, possa fazer uma diferença positiva na vida daqueles que se deparam com esta doença. (…)
Da minha experiência, partilho que efectivamente foi um trajecto longo e difícil, nalguns momentos acabei mesmo por duvidar se conseguiria superar doença, mas isso aconteceu! Hoje estou viva, saudável e considero-me um pessoa feliz!”
Oriana
“Lembro-me de não gostar da sensação de sair do quarto onde ficava, pois era sinal de que ia fazer algum tratamento, ou exame, que achava que não ia ser muito agradável. Lembro-me de nem sempre gostar do cheiro da comida no hospital, nem das visitas de pessoas que não conhecia e que me faziam muitas perguntas, ou queriam simplesmente falar comigo para talvez me confortar, ou perceber o que eu estava a sentir em relação à doença e não só.”
Margarida
“Agora sei que posso ter uma recaída, amanhã, daqui a um mês, daqui a…, nunca mais! Nunca se sabe. Aprendi a viver o dia-a-dia.”